Em 30 de abril de 1838
ocorreu uma das mais violentas batalhas da Revolução Farroupilha. A Batalha do
Barro Vermelho, como ficou conhecida, se desenrolou na então vila de Rio Pardo,
resultando em contundente vitória dos farrapos contra as forças imperiais. Em 17 de março os
republicanos estavam acampados em Pederneiras, situada a pouco mais de 9 Km da
vila.
Os imperiais que contavam com 1.700 homens no total, sendo 500 a cavalo,
aguardavam o ataque rebelde através da ponte sobre o Rio Pardo. O ataque, no
entanto, ocorreu de outra forma. Após receberem reforços, os farroupilhas se
embrenharam no mato, abrindo uma picada através de banhados e atoleiros.
Depois, improvisaram uma ponte e atravessaram o Rio Pardo, acampando, em 27 de
abril, no Rincão del Rey. Nesse local os comandados de David Canabarro
surpreenderam as tropas legalistas de Andrade Neves que foi obrigado a recuar
até a coxilha de Barro Vermelho. Ali havia [numa primeira linha] uma barreira
defensiva dos imperiais constituída por uma trincheira com três peças de
artilharia e vários regimentos dispostos nas cercanias.
Às 5 horas da madrugada do
dia 30 de abril, 3.000 combatentes farrapos marcharam contra as defesas
imperiais, e um grande entrevero de espadas, lanças, cavalos, tambores e
clarins tomou conta da coxilha até o nascer do sol, quando os rebeldes
conseguiram furar [pelo centro] o bloqueio legalista, estabelecendo o pânico
entre as linhas inimigas. Cerca de 800 imperiais foram capturados, outros 370
lutaram até a morte, e os demais fugiram.
Os republicanos [que
tiveram em torno de 200 baixas] conseguiram se apoderar de 8 peças de
artilharia, mais de mil armas de infantaria, 8 mil cartuchos de munição e
dinheiro. Os prejuízos [da ordem de
1.200 contos] infringidos também ao comércio da vila e às embarcações que [em
desaviso] chegavam ao porto, em função das requisições de víveres, acabaram por
decretar uma expressiva derrota das tropas do Império na Batalha do Barro
Vermelho.
Hoje, na cidade de Rio Pardo, o local da batalha é
denominado Praça 30 de Abril ou Praça da Cruz do Barro Vermelho, e tem uma cruz
como monumento dedicado aos heróis e mártires da sangrenta epopeia. Souza Netto
capturou a banda imperial e encomendou ao seu maestro, Joaquim José de
Mendanha, a composição de um hino para os separatistas. O músico entregou o
hino em cinco dias. A letra foi escrita pelo poeta Serafim de Alencastro,
capitão das forças rebeldes, e a música mais tarde se tornou o hino do Rio Grande
do Sul.


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