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Saudações tradicionalista!

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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

BATALHA DE PORONGOS E ARROIO GRANDE


Batalha de Porongos ou Massacre de Porongos resultou no massacre do Corpo de Lanceiros Negros de Teixeira Nunes, que estavam acampados na curva do arroio Porongos, no atual município de Pinheiro Machado quando foram atacados pelos imperiais.

O comandante do exército farroupilha David Canabarro se encontrava no Cerro de Porongos, em novembro de 1844, com suas tropas que formavam um efetivo de pouco mais de mil homens, onde também se encontravam o General Netto e o comandante Joaquim Teixeira Nunes, que comandava o Corpo de Lanceiros Negros, naquele momento estava sendo tratada a paz no estado onde os enviados dos farrapos negociavam com Caxias as clausulas da pacificação, e segundo os relatos havia um acordo de cessar fogo entre os combatentes durante as negociações, acordo que teria sido acertado entre David Canabarro e Caxias, representado por Moringue que comandava as tropas que estavam próximas ao Cerro de Porongos.

O Corpo de Lanceiros Negros era formado por escravos que se incorporaram voluntariamente aos farrapos em troca de uma promessa de alforria assim que a guerra terminasse e a Republica Rio-grandense fosse reconhecida pelo Império brasileiro, os lanceiros negros, formavam um batalhão de infantaria de primeira linha de batalha, usavam como arma lanças de madeira, e geralmente nas batalhas que participavam faziam a linha de frente dos combates, foram incorporados devido a uma necessidade de recrutar soldados para as batalhas contra os imperiais que sempre contavam com um contingente bem superior ao dos farrapos, além de defender a republica eles sim realmente lutavam por liberdade não só a liberdade de seu estado, mas uma liberdade própria uma liberdade pessoal, e praticamente todos os negros que combatiam ao lado dos farrapos eram membros do corpo de lanceiros negros que se encontravam no Cerro de Porongos, e no decorrer da guerra passaram a serem temidos pelos imperiais pela forma que se comportavam nos campos de batalhas e serem considerados guerreiros que lutavam destemidamente e aterrorizavam os inimigos, mas também era um dos pontos a serem resolvidos para o acordo de paz.

Havia uma grande parte dos comandantes farroupilhas que era contra os negros lutarem pelo exército farroupilha como iguais a qualquer outro soldado, entre eles o comandante David Canabarro, e principalmente a ala de dissidentes contrária a Bento Gonçalves, e o massacre de porongos como ficou conhecida esta batalha até hoje é motivo de discórdias de interpretação, pois para muitos David Canabarro traiu os farrapos e para outros ele foi ingênuo ao acreditar que os imperiais não o atacariam durante as negociações de paz.

Na madrugada de 14 de novembro de 1844, uma tropa de mais de mil homens comandados por Moringue invade o acampamento farroupilha no Cerro de Porongos onde hoje é a atual cidade de Pinheiro Machado, e ataca o exército farroupilha que estava totalmente despreparado e desorganizado, pois não contavam com o ataque surpresa, que iria deixar grandes baixas entre os farrapos e seria a ultima grande e importante batalha da guerra que estava chegando ao seu fim, Alcy Cheiuche (2010) descreve como aconteceu o ataque:

[…] A fuzilaria estala de todos os lados. O acampamento desperta em pânico. Os primeiros que se levantam caem mortos ou feridos. Outros se arrastam em busca de armas. A cavalaria imperial entra a galope, pisoteando tudo. A gritaria é infernal. Os mais valentes lutam de arma branca para salvar a vida. A maioria dos soldados e oficiais foge em completa desordem. As lanças estão empapadas de sangue. Saindo da carreta, o general Canabarro não perde tempo em vestir as calças. Embora pesadão, salta em pelo no primeiro cavalo que encontra. E foge a galope solto, sem olhar para trás. (CHEIUCHE. 2010. p. 168).

Na batalha de porongos, os lanceiros negros, foram praticamente exterminados pelos imperiais, pois um dia antes do ataque Canabarro havia dado uma ordem para desarmá-los com a alegação de que poderiam fazer uma rebelião, deixando-os no momento da batalha sem poder se defender e a ordem do comandante Moringue era de matar todos os negros que pudessem, o saldo foi de quase duzentos farrapos mortos e de mais de cem presos, dias após o ataque de porongos os imperiais emitiram uma declaração e a distribuíram por todo o estado de que Canabarro havia feito um acordo para o ataque de porongos inclusive de que desarmaria os negros que estavam no acampamento e em troca os imperiais poupariam os comandantes e poderiam exterminar os negros que eram um problema para a pacificação, David Canabarro negou a traição e se declarou inocente mesmo com os fortes indícios que existiam e alegava que tudo era uma estratégia de Caxias para desestabilizar os farrapos e forçar a qualquer custo a rendição dos mesmos.

A Batalha de Arroio Grande ocorreu a 26 de novembro de 1844, em local próximo ao Arroio Chasqueiro, no então Curato de Nossa Senhora da Graça do Arroio Grande (atual Município de Arroio Grande) que fazia parte de Jaguarão.

Teixeira Nunes e os Lanceiros Negros remanescentes da Batalha dos Porongos são enviados por David Canabarro para uma ação na retaguarda inimiga.

Deveriam arrecadar impostos e fornecer do necessário, a tropa, no distrito do Arroio Grande. Também deveriam, se possível, cair de chofre no imperial depósito de solípedes, de além do canal São Gonçalo. Efetuada a incorporação, e já cobradas às taxas na aldeia supra e costa do Chasqueiro, movia-se o contingente revolucionário em franco recuo para noroeste, quando foram surpreendidos por bandos de Moringue, Em 28 de novembro de 1844, Teixeira Nunes e remanescentes de seu legendário Corpo de Lanceiros Negros travaram o último combate da Revolução em terras do Rio Grande do Sul, consta que em terras do atual município de Arroio Grande, berço do Visconde de Mauá.

A morte de Teixeira Nunes foi assim comunicada pelo então Barão de Caxias, em ofício:

Posso assegurar a V. Exa. que o Coronel Teixeira Nunes foi batido no campo de combate, deixando o campo, por espaço de duas léguas, juncando de cadáveres.

Eram seguramente cadáveres de Lanceiros negros. Teixeira Nunes foi um dos maiores lanceiros de seu tempo, e como uma ironia do destino teria caido mortalmente ferido por uma lança manejada pelo braço vigoroso do Alferes Manduca Rodrigues, após seu cavalo ter sido boleado (derrubado com boleadeiras), Ao fim foi degolado por Eliseu de Freitas. Seu cavalo encilhado foi vendido ao cabo Mariano e o relógio, com uma grossa corrente de ouro, ao Capitão Carneiro.

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