EMENTÁRIO DA ALMA
AUTOR : Henrique Fernandes
DECLAMADOR: Henrique Fernandes
AMADRINHADOR: Gabriel Lucas dos Santos (Selvagem)
AUTOR : Henrique Fernandes
DECLAMADOR: Henrique Fernandes
AMADRINHADOR: Gabriel Lucas dos Santos (Selvagem)
1º Lugar na Sesmaria da Poesia Gaúcha - 16ª Quadra - Setembro de 2011
Morri antes de mim...
...sucumbido neste tempo de vaidades e ganâncias...
Morremos eu e a estância... galpão, mangueira e palanque.
-arquitetura entalhada nos relicários da alma-...
Restos mortais de um tempo, que o próprio tempo apagou...
Morri bem antes de mim... emoldurando a memória
na cicatriz empedrada que a taipa de pedra moura
ostenta a própria raiz...
...sucumbido neste tempo de vaidades e ganâncias...
Morremos eu e a estância... galpão, mangueira e palanque.
-arquitetura entalhada nos relicários da alma-...
Restos mortais de um tempo, que o próprio tempo apagou...
Morri bem antes de mim... emoldurando a memória
na cicatriz empedrada que a taipa de pedra moura
ostenta a própria raiz...
Assim fora o meu tempo...
Edificado no espaço, de uma linha imaginária
que delimita o que sou. Talvez um vulto de outrora
tentando encontrar o hoje, pois o ontem... já passou...
Perdi a conta dos anos entre os nós de uma taquara
que como eu, tapejara... envelheceu e secou...
Edificado no espaço, de uma linha imaginária
que delimita o que sou. Talvez um vulto de outrora
tentando encontrar o hoje, pois o ontem... já passou...
Perdi a conta dos anos entre os nós de uma taquara
que como eu, tapejara... envelheceu e secou...
E no umbral dos pensamentos,
me encontro “lejo”de mim ...
...”alpargatiando” a existência no ermo dos corredores
como quem busca os valores extraviados nos confins...
...valias que o sentimento guardara como um tesouro
pois nem as cifras do ouro pode compra-las assim...
me encontro “lejo”de mim ...
...”alpargatiando” a existência no ermo dos corredores
como quem busca os valores extraviados nos confins...
...valias que o sentimento guardara como um tesouro
pois nem as cifras do ouro pode compra-las assim...
O valor de um bem querer...
...a riqueza da humildade...
o abraço sem maldade, o sorriso sem desprezo...
A compaixão a um igual, que por azar ou destino
perdera o rumo e o tino trocando o bem pelo mal...
...o valor de perdoar e estender a mão amiga...
...de acalantar uma dor, com o balsamo do amor
para a cura das feridas...
...a riqueza da humildade...
o abraço sem maldade, o sorriso sem desprezo...
A compaixão a um igual, que por azar ou destino
perdera o rumo e o tino trocando o bem pelo mal...
...o valor de perdoar e estender a mão amiga...
...de acalantar uma dor, com o balsamo do amor
para a cura das feridas...
Há...! Paisano...
...será preciso morrer para entender este mundo?
pois em menos de um segundo a terra treme de raiva e
leva pra junto dela lotes e lotes de gente...
... será que a dor inclemente paga o erro de uma culpa
“reincenando” o calvário condenando um inocente?
Seria lindo Paisano...!...será preciso morrer para entender este mundo?
pois em menos de um segundo a terra treme de raiva e
leva pra junto dela lotes e lotes de gente...
... será que a dor inclemente paga o erro de uma culpa
“reincenando” o calvário condenando um inocente?
Bater tição de espinilho reavivando as brasas d’alma,
pra fogonear madrugadas, sorvendo a seiva de um verso...
...pitar a calma das horas, reascendendo a memória
do meu pequeno universo...um mundo de simplicidade,
que o bem maior é a amizade no mais puro sentimento...
...um mundo de fantasia, que a realidade é a poesia
escrita com mãos de vento!
pra fogonear madrugadas, sorvendo a seiva de um verso...
...pitar a calma das horas, reascendendo a memória
do meu pequeno universo...um mundo de simplicidade,
que o bem maior é a amizade no mais puro sentimento...
...um mundo de fantasia, que a realidade é a poesia
escrita com mãos de vento!
Sim... morri antes de mim...
Resignando lamentos pelos tentos ressequidos
que de a cavalo remendo bem na ilhapa da saudade...
... e enrodilho recuerdos ungidos de tempo antigo
que vieram morar comigo nos campos da eternidade...
Fidalgo tempo de antanho, que carreteando o passado
nos engarupa o legado de uma vida que cruzou...
...em memorial as distâncias que a trote largo trilhei,
pois junto a estância findei e voltei ser o que sou...
Ruínas de pedra e barro, e madeiras carcomidas,
que guardam mais que uma história...
são restos mortais de glória
das xucras batalhas da lida!E como eu... um buçal sem gargantilha de cabrestilho atorado...
as esporas sem rosetas de aço enferrujado...
...bacheiro de lã trançado que ainda guarda o cheiro de algum lombo suado.
...as comitivas de agosto e as rondas em lua cheia,
rodas de mate e causo, num cenário mobralesco
de um galpão de estância véia.
nos engarupa o legado de uma vida que cruzou...
...em memorial as distâncias que a trote largo trilhei,
pois junto a estância findei e voltei ser o que sou...
Ruínas de pedra e barro, e madeiras carcomidas,
que guardam mais que uma história...
são restos mortais de glória
das xucras batalhas da lida!E como eu... um buçal sem gargantilha de cabrestilho atorado...
as esporas sem rosetas de aço enferrujado...
...bacheiro de lã trançado que ainda guarda o cheiro de algum lombo suado.
...as comitivas de agosto e as rondas em lua cheia,
rodas de mate e causo, num cenário mobralesco
de um galpão de estância véia.
-morreu o tempo das flores colhidas nas primaveras,
sacrificando seu ciclo de sementar florações
para ofertar corações pelo amor de uma donzela...
-morreu o tempo da esquila no matraquear das tesouras...
que afinavam seu canto na pauta crua dos velos,pelo nascer das auroras...
-morreu a voz do ponteiro chamando a tropa na estrada,
tropelias, clarinadas, changas de doma e alambrado.
...calou a voz do cincerro, junto ao rangido do basto,
que se apagaram no rastro dos cascos e das esporas...
-morreu o tempo do vento, que mesmo livre e sem dono
sopra ares de abandono salmodiado em desalento.
sacrificando seu ciclo de sementar florações
para ofertar corações pelo amor de uma donzela...
-morreu o tempo da esquila no matraquear das tesouras...
que afinavam seu canto na pauta crua dos velos,pelo nascer das auroras...
-morreu a voz do ponteiro chamando a tropa na estrada,
tropelias, clarinadas, changas de doma e alambrado.
...calou a voz do cincerro, junto ao rangido do basto,
que se apagaram no rastro dos cascos e das esporas...
-morreu o tempo do vento, que mesmo livre e sem dono
sopra ares de abandono salmodiado em desalento.
Busco razão e apego,
neste erudito terrunho que o campo por singular,
nos da razão pra sonhar e cantar a própria terra...
tatear a face da alma, no espelho das aguadas
de uma cacimba empedrada que guarda a paz das taperas...São linhas de um testamento que o baú dos pensamentos
esqueceu aprisionado nos porões da minha infância...
...e assim neste ementário, reescrevo meu inventário
do que me resta de herança...deixo o pago e as planuras,
sesmarias de ternura pra o pastejo da esperança...
Fonte: http://www.sesmaria.org.br/
neste erudito terrunho que o campo por singular,
nos da razão pra sonhar e cantar a própria terra...
tatear a face da alma, no espelho das aguadas
de uma cacimba empedrada que guarda a paz das taperas...São linhas de um testamento que o baú dos pensamentos
esqueceu aprisionado nos porões da minha infância...
...e assim neste ementário, reescrevo meu inventário
do que me resta de herança...deixo o pago e as planuras,
sesmarias de ternura pra o pastejo da esperança...
Fonte: http://www.sesmaria.org.br/
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